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Finalizamos o primeiro semestre das atividades do Ato de 4. E, a bem da verdade (e de toda mobilização artística/política), foi uma "senhora" finalização. Pela primeira vez o Ato de 4 adentrou ao teatro Martim Gonçalves, na Escola de Teatro da UFBA, e num momento de imensa relevância para decisões e questionamentos sobre nossa passagem por uma Universidade e, mais que isso, sobre nossa participação na sociedade, nossas responsabilidades enquanto cidadãos e artistas, uma revisão de direitos e deveres concernentes a todo indivíduo que vive em coletividade. Após a decisão em uma Assembléia Estudantil pela paralisação das atividades discentes, nós do Ato de 4 decidimos manter nossas atividades. Primeiro, porque este é um projeto coordenado e conduzido por estudantes, de cabo a rabo. Segundo, porque, como dito, nossa arte é nossa política, é nosso poder de comunicação e ampliação de uma querença de mudanças sociais, de manutenção da discussão acerca do fazer artístico. Sendo assim, propiciamos além da tão conhecida e importante discussão/debate sobre os processos de criação que culminaram nas cenas apresentadas no mês de Junho, uma apresentação sobre as solicitações que estão em pauta na referida mobilização estudantil por uma Universidade pública em melhor condições de ensino e pesquisa.

Acreditamos que este Teatro, o Martim Gonçalves, deva fazer parte do nosso processo de aprendizado das Artes Cênicas. O Ato de 4 nasce dessa idéia de criação e experimentação teatral. O nosso espaço usual é a Sala 5, que funciona como o nosso laboratório, onde podemos exercer uma prática teatral mais próxima daquilo que nos toca, que nos move. Porém, no dia 11 de Junho, encontramos a Sala 5 sem a menor condição para a apresentação das quatro cenas. O tablado imundo, manchado por argila (que alguém utilizou no dia anterior) e, como ponto culminante, a mesa de luz não funcionava. Já era algo esperado e há muito solicitado que fosse realizada uma reforma na mencionada Sala. Esta reforma é uma promessa antiga... Agora temos a indicação de que será feita a reforma no mês de Julho, quando estaremos em recesso. Ficamos sempre com uma sensação paradoxal: a felicidade em poder ver a Sala 5 em melhores condições de uso cênico e a angústia em saber que esta reforma pode começar e continuar começando por um bom tempo, sem finalização das obras. No entanto, é uma "sensação de risco" necessária posto que as condições de uso, principalmente no tocante à fiação elétrica, estão precárias.

Ainda assim, no dia 11/06, consultamos os diretores e atores das cenas e, em conjunto com a equipe do Ato de 4, optamos por manter a apresentação das cenas, visto que já havia uma quantidade grande de público para assisti-las. Aliás, vale frisar que a participação do público neste mês foi prodigiosa. Ficamos extremamente felizes com quantidade e qualidade do público. Há tempos que não víamos tanta gente no Ato a ponto de, infelizmente, não podermos oferecer lugar para todos; e muitas pessoas tiveram de voltar numa outra Segunda (pedimos sinceras desculpas aos que não puderam assistir as cenas e agradecemos a compreensão dos que voltaram). Fizemos, neste dia, um Ato sem iluminação cênica, com a luz geral, e comunicamos a vicissitude pela qual estávamos passando.

Em compensação no dia 18, tivemos o Martim Gonçalves... E lotado (e quando digo "lotado", quero dizer lotado). Conseguimos também ampliar a diversidade do público que nos assistiu: havia muita gente, muitos estudantes de outros cursos, de outros campi, que puderam conferir o encontro de diversas idéias e proposições cênicas, as mais variadas temáticas, e puderam questionar sobre os precedimentos de criação dos artistas.

Agradecemos também aos que nos auxiliaram nesta investida inovadora da equipe do Ato de 4: João Gabriel por nos ter acompanhado na abertura e acompanhamento pelo Martim e com a montagem de luz. Também a Daniel Marques, não tanto por nos ter cedido o Teatro, que acreditamos deva ser um espaço com maior presença dos estudantes; muito mais pela assistência, participação e incremento nas discussões realizadas.

Este evento faz ressaltar a mobilização dos estudantes para com aquilo que lhes é de direito. E, principalmente, pelos deveres e responsabilidades no uso do espaço público, do espaço comum. Manter e conservar este espaço comum é, obviamente, poder utilizá-lo para o nosso aprendizado por um longo período de tempo. Não há coerência em se lutar por melhores estruturas, por melhor qualidade de ensino, por maior participação na vida acadêmica se não nos atentarmos para o fato de que somos responsáveis, também, pelo que já conseguimos de lutas anteriores. E o Ato de 4 é um dos exemplos dassa anterioridade.

Finalizo aqui, com o coração expandido, com a alma imensa; feliz por esta equipe que tanto se organizou, que tanto se reuniu e que, ao meu ver, teve um resultado final de primeiro semestre equivalente à sua preocupação em tornar a experiência no Ato de 4 mais viva. Mais feliz ainda por este Outono junino, pela sanfona e zabumba, licor e poeirão; e, perdoem-me carnavalescos e natalinos, namorados e mães... é no som do baião que minhas raízes caminham...

Saudade interiorana...

Em Agosto o Ato volta!

Até!
 
 
 
 

 
 
 

 
 

 
 
 

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